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terça-feira, 8 de setembro de 2009

O petróleo do pré-sal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou segunda-feira (31/08) algumas regras de exploração do petróleo proveniente da camada chamada de pré-sal. Esse negócio está dando muito pano para a manga, pano demais até. Tecnicamente, o pré-sal é um gigantesco reservatório de petróleo e gás natural localizado nas bacias de Santos, Campos e Espírito Santo. Essa região litorânea abrange os estados de Santa Catarina até o Espírito Santo. O problema é que estas reservas estão localizadas abaixo de uma imensa camada de sal que pode ter até dois quilômetros de espessura e, portanto, se localizam de 5 mil a 7 mil metros abaixo do nível do mar. Poucos sabem que, caso der tudo certo, somente teremos petróleo dessa camada de pré-sal após 2016. É certo que a Petrobras iniciou, em setembro de 2008, através de uma plataforma chamada de P-34, uma operação de exploração de petróleo da camada pré-sal, mas em quantidade reduzida, ainda não comercial, que, como se previa, já foi interrompida por problemas técnicos.
Agora, é fato também que a exploração desse mar de petróleo, em larga escala, somente ocorrerá “quando os astros estiverem alinhados”. Isso significa que só ocorrerá quando houver tecnologia para essa exploração (afinal, estamos falando de milhares de quilômetros de profundidade). Só então haverá petróleo em quantidade e qualidade suficientes para justificar esse investimento todo (e ainda não se tem certeza absoluta sobre isso) e, principalmente, deverá haver preço de mercado para isso (hoje não tem).
Isso tudo equivale àquela história do “tesouro no fundo do mar”. Se o custo para tirar um tesouro de lá for maior do que o valor dele, melhor deixá-lo lá, quietinho, e esperar o dia certo para resgatá-lo. Enquanto isso, os estudos e as pesquisas devem continuar, pois vai chegar o dia em que o petróleo do pré-sal será economicamente viável. Mas não será hoje nem nesta década.
Texto de Malcon A. Tafner

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