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quarta-feira, 28 de julho de 2010

O ensino de gramática e o processo comunicativo





É necessário sabermos e entendermos que a língua é comparada a um organismo vivo, pois está em constante mudança/evolução, em permanente processo de transformação ao longo dos tempos pelo modo como é utilizada. Neste sentido, tornam-se perceptíveis as novas palavras criadas e incorporadas à língua e/ou atribuindo diferentes sentidos às palavras já existentes, caindo em desuso algumas e aprimorando o sentido e o léxico de outras. Diante disso, quem poderemos responsabilizar por este processo? Bem, sabemos que o grande responsável pela transformação de uma língua são os falantes. Podemos afirmar que tanto os escritores quanto os jovens são agentes precursores deste processo através do uso de neologismos – novas palavras ou novos sentidos para as palavras já existentes – as gírias, que além da ação transformadora que os falantes exercem numa língua, conforme modificam, criam e resgatam sentidos de determinados termos. Também é possível afirmar que as descobertas científicas e tecnológicas são responsáveis por este fenômeno, pois criam novos vocábulos e adotam termos derivados de outras línguas. Desse modo, a língua tem suas formas de expressão ampliadas e /ou modificadas em função de seu uso, principalmente, pelos falantes.
Entendido o significado da língua como fenômeno evolutivo / transformador, deve-se analisar o fato de como ensinar a gramática de uma determinada língua com tantas variações linguísticas e, partindo como base, os Parâmetros Curriculares Nacionais da disciplina específica nos dá base de como proceder em sala de aula. Os PCNs trazem como objetivo na disciplina de Língua Portuguesa o ensino da norma culta vinculado ao desenvolvimento do raciocínio crítico e ao conhecimento das diferenças culturais de cada um. Assim, o ensino não deve primar por algo mecanizado, ficando preso a uma regra específica – conhecida como gramática normativa – mas sim ter conhecimento desta regra e fazer uso da mesma de acordo com o meio cultural tendo como objetivo a comunicação social.
E foi com esse objetivo, de tornar o ensino de gramática algo mais prazeroso e contextualizado, que os alunos do 2º ano do Ensino Médio saíram a campo a fim de registrarem sentenças comunicativas que utilizaram expressões com certas funções sintáticas vistas em sala de aula. Puderam perceber que, independentemente da variação linguística ou da função da linguagem, os termos estabelecem relações uns com os outros e indicam um sentido de acordo com a intencionalidade do falante.

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