A tecnologia, quando bem explorada, tende a agilizar os processos e entregar um excelente serviço. Desvende os segredos por trás do cloud computing e... bons lucros
As empresas brasileiras estão em fase de adoção de tecnologias. Um estudo da IBM mostra que estamos próximos à média global: enquanto 16% das empresas já usam funcionalidades em nuvem para promover inovações - como ingressar em novos nichos de negócio ou remodelar um segmento de mercado existente - 35% pretendem utilizar a nuvem como ferramenta de transformação de seus atuais modelos de negócios. Estamos disputando ombro a ombro com os líderes históricos nesse ramo, e, dentro desse cenário, a computação em nuvem é o elemento-chave.
"O mercado está começando a entender que cloud computing não gera apenas aumento de produtividade e redução de custo, mas também proporciona o tipo de inovação fundamental que oferece diferenciação e valor de mercado", afirma José Luis Spagnuolo, diretor de Cloud Computing da IBM Brasil.
No entanto, essa panacéia em torno do cloud computing gera algumas compreensões erradas por parte dos empresários. "O conjunto de estruturas que conceituam a nuvem computacional pode proporcionar oportunidades de revisão de processos gerenciais e de negócio para um grande número de empresas. Principalmente para aquelas que não possuem orçamento para o investimento em soluções com alto custo de manutenção", dizMarcos Patrício, economista e gerente de soluções em serviços gerenciados na Unione Outsourcing.
Para começar, vai o seguinte alerta: a tecnologia não é uma solução mágica para o problema das empresas, que devem ter (ou implantar) uma política sólida de TI - principalmente no que diz respeito à segurança dos dados. O Índice Global 2012 de Recuperação de Desastres da Acronis revelou que apenas um terço das empresas brasileiras pesquisadas podem executar operações de backup e recuperação em caso de emergência - situações que vão desde ataques virtuais a enchentes ou outras catástrofes, naturais ou não.
"Coisas mais básicas foram deixadas para trás, como uma política de backup. boa parte das micro e pequenas empresas não têm uma política para gestão de backup e isso gera insegurança na adoção de tecnologias", lembra David Tresmondi, gerente geral da Imation no Brasil.
MPE
As MPE - englobando as micro e pequenas empresas, empresários individuais e sociedades - constituem um segmento com números impressionantes: elas têm uma participação de 77,23% em relação aos demais segmentos (pequeno, médio e grande). São 11 milhões de empresas, segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) divulgado nesta semana. São essas instituições que mais podem lançar mão dos recursos em nuvem para otimizar a produtividade. "O cloud computing propicia uma economia de escala que ela não teria com um data center próprio", destaca Tresmondi.
O empresário deve ter informações precisas sobre o quanto de dados a sua empresa gera e onde pode armazena, incluindo as sazonalidades - empreendedores do varejo e e-commerce devem saber bem o que é isso. Outro aspecto importante é saber quem tem acesso ao quê, quando e onde pode acessar e quais as aplicações e dados devem migrar para a nuvem.
Tipos de nuvem
De acordo com Frederico Tostes, country manager da Fortinet no Brasil, existem quatro tipos de nuvem - opções que devem ser muito bem avaliadas pelo empresário antes de fechar acordos com as empresas provedoras:
- Nuvem pública: propriedade de um provedor de nuvem que a disponibiliza ao público em geral em uma base de pagamento conforme o uso de múltiplos usuários.
- Nuvem privada: pertencente e implantada por uma organização para uso interno, para uma única empresa.
- Nuvem comunitária: cooperativamente compartilhada por um conjunto de empresas, muitas vezes de um mesmo setor.
- Nuvem híbrida: abrange os modelos de implantação de nuvem listados acima, possibilitando que os aplicativos e dados passem facilmente de uma nuvem para outra.
"Antes da adoção, os fatores a serem considerados são a importância das aplicações que a empresa quer mudar para a nuvem, as questões de regulamentação, os níveis de serviço necessários, os padrões de utilização para a demanda de trabalho e como as aplicações devem ser integradas com outras funções de empresa", explica.
É bom lembrar que a principal característica da computação em nuvem é entregar todas as soluções como serviços - e não produtos. Isso traz benefícios, como a queda nos gastos com manutenção em infraestrutura, acesso remoto aos dados, flexibilidade dos planos, compartilhamento das estruturas e aplicações, dentre outros. Porém se o empresário não estudar bem qual a solução mais adequada para o seu negócio, pode enfrentar uma série de problemas relacionados.
O que perguntar ao provedor de cloud
- Quais os modelos de nuvem eu tenho à disposição?
- Se o contrato não for renovado, poderei fazer uma exportação segura para um novo serviço?
- Quais são as minhas responsabilidades? Quem irá cuidar da segurança e do backup?
- Em que país estão localizados os servidores e como as leis locais podem interferir no meu negócio?
- Qual a estrutura dos data centers?
- Como é tratada a parte de segurança dos dados?
- Quem tem acesso ás minhas informações?
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