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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Número de jovens negros na universidade quadruplica, mas 90% ainda estão fora


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Censo da Educação Superior 2011 mostra grande avanço de matrículas de jovens negros e pardos entre 1997 e 2011. Número de matrículas quadriplica, mas 90% dos estudantes negros ainda estão fora das universidades


MEC (Ministério da Educação) divulgou na terça-feira (16), os números do Censo da Educação Superior 2011 que mostram aumento no número de jovens negros que concluíram essa etapa de ensino. Os dados também mostram que a matrícula nas instituições públicas, em especial nas federais, tiveram salto maior do que o registrado nas privadas.

Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, de 1997 a 2011 a proporção de negros e pardos na universidade cresceu praticamente quatro vezes. Apenas 1,8% dos jovens autodeclarados negros com idade entre 18 a 24 anos frequentavam ou haviam concluído o ensino superior em 1997. A proporção aumentou em 2004 e chegou a 8,8% no Censo 2011. Com os estudantes pardos também houve melhora: em 2011, 11% dos jovens pardos frequentavam ou haviam concluído o ensino superior, ante 2,2% em 1997.

Os dados foram divulgados pelo governo um dia após a publicação de portaria que flexibiliza a Lei das Cotas. A lei determina que, no próximo vestibular, 12,5% das vagas nas instituições federais sejam reservadas a alunos de escolas públicas, chegando a 50% dentro de quatro anos.

As vagas deverão ser preenchidas de acordo com o censo demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) - negros, pardos e indígenas serão considerados como um conjunto único, mas a lei abre brecha para vagas reservadas a índios. No Estado de São Paulo, por exemplo, negros, pardos e indígenas são 34,73% da população.

Os jovens brancos seguem com maior presença no ensino superior: 25,6% deles frequentavam ou haviam concluído essa etapa em 2011, índice superior aos 18,7% de 2004 e aos 11,4% de 1997. O MEC não divulgou números da população indígena.

Entre os mais pobres (grupo classificado pelo MEC como o "20% da população de menor renda"), 4,2% dos jovens frequentavam ou haviam concluído o ensino superior em 2011; em 2004, o índice era de 0,6% e em 1997, de 0,5%. Entre os mais ricos (os "20% de maior renda"), a porcentagem de jovens com passagem pela educação superior saltou de 22,9% em 1997 para 47,1% em 2011.

Mercadante destacou o aumento de vagas na rede federal, o ProUni (Programa de concessão de bolsas em instituições privadas) e o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) como políticas de ampliação de acesso ao ensino superior.



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