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Estudo mostra que, além dos altos salários oferecidos, empresas oferecem pequenas 'cidades' particulares para os profissionais migrarem de região; e, por tabela, revela que a formação profissional nessas regiões ainda deixa muito a desejar |
Outrora distantes dos planejamentos de negócios das grandes empresas, as regiões Norte e Nordeste costumavam fornecer apenas matéria-prima para a produção de manufaturados para as indústrias do eixo Rio/São Paulo - e uma ilha de industrialização na Zona Franca de Manaus. Atualmente empresas de todos os setores estão se expandindo para essas regiões em busca de boas oportunidades de negócios em um mercado insaturado, e trazendo consigo os trabalhadores qualificados. Pagando bem mais caro por isso.
De acordo com um estudo da consultoria em recrutamento Michael Page, aproximadamente 15% do volume de contratações de executivos realizadas no primeiro semestre foram para posições fora do eixo Rio - SP. São cerca de 300 vagas de emprego para o norte e nordeste do país, regiões que apresentam forte crescimento econômico e vivem momento de expansão.
Os salários para essas vagas variam bastante em relação às posições do eixo Rio-SP. De acordo com o headhunter Marcelo Cuellar, que coordenou o estudo. Isso ocorre por que muitas vezes não existe mão de obra local especializada na quantidade suficiente para atender a demanda das empresas.
No caso dos profissionais mais técnicos, as empresas chegam a pagar 25% mais caro para envia-los às regiões distantes dos centros de decisão do país. Já no caso das posições mais generalistas, voltadas à gestão, os salários chegam a ser até 40% mais caro.
Para convencer os profissionais a migrarem para uma região distante, as áreas de Recursos Humanos das empresas têm de montar uma estrutura completa para que o profissional se sinta em casa. "Muitas empresas possuem plantas em locais longínquos que contam com todo apoio para os funcionários, algumas chegam a se parecer com uma cidade de verdade, com boas escolas, cursos de idiomas e até lazer para a família do executivo. Sem isso seria praticamente impossível convencer bons profissionais a se mudarem", explica.
"Sem isso seria praticamente impossível convencer bons profissionais a se mudarem", diz. O headhunter explica que para os cargos técnicos a resistência em se mudar é menor. "Profissionais ligados às áreas de engenharia, por exemplo, têm como premissas em suas carreiras mudarem-se de cidades, estados e eventualmente países", diz.
Desistência
Das vagas para gestão em aberto, 50% dos candidatos em processo acabam desistindo. No caso das posições mais técnicas, o índice de desistência é bem menor, ou seja, apenas 20% dos candidatos chega a desistir. "É que no geral, os engenheiros estão mais habituados a mudar de cidade, faz parte da própria dinâmica da carreira", diz Cuellar.
O estudo destacou, ainda, que 75% das vagas fechadas para estas regiões correspondem a posições técnicas, incluindo nesse universo todas as áreas da engenharias, siderurgia, mineração, entre outras. Vagas relacionadas à gestão das empresas (administrativo, jurídico, marketing) representaram 25% das posições fechadas.
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